terça-feira, 3 de novembro de 2009

18.

Os últimos dias não tem sido fáceis, e os que estão por vir eu não imagino
como serão, não posso prever como talvez quisesse , é que eu estou me analisando o tempo todo e eu me odeio por isso às vezes, pois a sensação é tão amarga e é como se eu não pudesse dividir tudo o que me assola com ninguém, me sinto tão sozinha, mesmo cercada pela multidão, todos estão ocupados demais com suas próprias vidas em uma busca incessante pelo o estado de felicidade e bem-estar, mas eu não os culpo, é tão imprevisível viver, cada segundo é único quando se trata do riso, de um olhar vibrante e da sensação de total liberdade. E nos julgam o tempo todo, e esperam o tempo todo tudo de nós, a cobrança, o caminho, os resultados, e do que sabem eles? são especulações, são deduções, mentiras e fingimentos.
Hoje é dia 2 de novembro de 2009, eu completo 18 anos de idade, e eu estou me lembrando de cada ano da minha vida, ainda que me falhe a memória para muitos fatos, os meus olhos estão mergulhados em lágrimas e mal posso segurar a caneta, escuto músicas que me lembram tudo, talvez seja a sincronicidade das coisas, pra não acreditar no previsível, na coincidência, em destino, o céu está lindo, cintilando de tão azul, e eu neste lugar que me é tão real e tão familiar, àrvores me cercam, o sol brilha fortemente e eu continuo aqui. Estou tentando me encontrar, mesmo me esquecendo, eu não gosto de me repetir, eu acho que não gosto de mim, eu sempre tentei fazer tudo sempre certo, ou pelo menos o que eu julgava certo, mas eu não sei se consegui, eu acho que sempre errei tentando acertar, eu deixei de arriscar com medo da mágoa e da dor, a coisa que eu mais odeio é sentir dor, seja ela qual for. Eu consigo me lembrar de todas às vezes em que chorei por sentir uma dor, sim, eu detesto chorar.
Tudo o que eu queria era pra provar pra mim mesma que eu suportaria tudo sempre, que eu seria forte sempre, e eu me fechei como um baú e joguei a chave fora, mas não é assim, eu detesto atestar minha vulnerabilidade diante ao outros, é algo tão ruim. Não sei se me faço entender, eu nunca sei. Eu odeio a minha isegurança e o modo como eu lido com as situações, eu sinto saudades de tantas coisas e de outras nem tanto, eu sou mesmo assim, eu acho.
De tudo o que penso ser, a única certeza que tenho é do amor, eu sei de tudo o que amo e isso me conforta um pouco, mas eu preciso, necessito me amar, preciso acreditar em mim, preciso aceitar os meus erros e acertos, encontrar um rumo, é, hoje eu faço 18 anos e eu preciso mais do que nunca dar ouvido aos meus conselhos e pensamentos, a minha voz.
Quando eu decidi obedecer as minhas vontades, pois elas são irracionais, a minha insergurança continuou me acompanhando , e ainda que eu tenha arriscado foi a tristeza que obtive, o descontentamento, o pressentimento e o conformismo. Mas, é melhor do que não tentar, eu fico em paz comigo mesmo com a dor.

E do que eu falo?

É de sentimento
É do abismo entre querer e poder.
Da imensa espera por um momento feliz.

Tem uma música de uma banda que eu gosto muito, a banda se chama Daphne Loves Derby e eles fizeram uma música chamada "Come Winter", ela foi o toque do meu despertador e das chamadas do meu celular por muito tempo, e o refrão dela tem uma frase que diz: "I wasted more time dreaming that living" (Eu perdi mais tempo sonhando do que vivendo) e essa frase me diz muito, não que sonhar seja pior do que viver, ou mesmo uma perda de tempo, é totalmente ao contrário, sonhar é o que nos faz viver, almejar, sonhar é tudo o que nos motiva a continuar, a seguir, pelo menos em partes. Mas, nem sempre a vida é um reflexo de um sonho e isso sim dói.
Mas, eu não quero desistir de nada, mesmo que a vida me prove o contrário, e se eu não puder fazer tudo, faço tudo o que eu puder.
Cada ano, pessoas, amigos, famílias, tristezas, histórias, sonhos, brigas, sorrisos,trabalhos,lugares, alegria, noites intermináveis, dias memoráveis, sol, lua, estrelas, frio, calor, ventos, folhas, dor, viver, não querer viver, cartas, bilhetes, mensagens, fotografias, retratos, música, música, música, sim! minha vida tem trilha sonora, filmes, piadas, risadas, comidas, bebidas, mar, encontros, erros, acertos, defeitos, ansiedade, receios, felicidade, anseios, raiva, repetição, cenas, shows, déja vu, beijos, abraços, amores, meninos, meninas, manhãs, exposições. parques, museus, TV, rádio, internet, revista, recorte, jornal, madrugadas, seriados, sozinha, com alguém, conversas, MEUS medos, decepções, decepções, decepções, marcas, cores, àrvores, arco-íris, sabores, tons, ritmos, canções, composições, chuvas, vozes, àgua, areia, terra, grama, tardes, textos, palavras, horas, dias, meses, anos, relógio, andar, bicicleta, cair, desenhos, desenhar, livros, desejos, vontades, saudades, solidão, começo, fim, olhares, toques, telefone, sono, dormir, celular, voltar, seguir, fingir, temer, crer, tudo, nada, parte, todo, viagens, encontros, partidas, despedidas, piscinas, piercings, estradas, agora, depois, videos, paisagens, memórias, passagens, microfone, guitarra, violão, mala, domingos, estórias, experimentar, descobrir, lembrar, sorrir, esquecer, discos, notas, teclado, descanso, paz, flores, testes, objetos, canetas, diários, ir, vir, novo, velho, lado a lado, caixas, papéis. cadernos, festas, casas, teatro, aprender, ensinar, compartilhar, contentamento, banda, conhecimento, poesia, força, insegurança, franqueza, esperança, sinceridade, silêncio, fraqueza, bilhar, momento, jogos, passado, beleza, cobrança, hospitais, datas, tintas, cautela, cuidado, ajuda, favores, voar, enxergar, caminhos, sensações, retomar, arriscar, incerto, entregar, presente, ausente, aulas, presentes, deixar, distância, intolerância, fascínio, encanto,cotidiano, rotina, saber, tentar,aceitar, surgir, permanecer, de pé, em pé, a pé, nuvens, ônibus, carro, trem, avião, barco, skate, chão, fatores, enganações, carícias, perdões, admiração, o que cerca, luxo, nojo, perigo, inevitável, pedidos, francês, inglês, línguas, precisar, querer, poder, ser, hábitos, acostumar, paixões, promessas, giz, agir, mundo, desprezar, convidar, procurar, salgado, doce, nós, notícias, vergonha, pudor, ódio, protestos, manifestações. inesperado, miséria, egoísmo, egocentrismo, evidências, inveja, dinheiro, crônicas, formas, luzes, desigualdade, injustica, rotina,perder, vencer, correr, pular, sentir, reviver, distorcer,desmaios, hábitos, ruas, esquinas, centro, norte, sul, leste, oeste,maturidade,morte, futuro, presente, talvez, sempre, eu e vocês.



18 anos.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

YOUhavemyattention.

Silêncio agora, sua voz parece há milhas de distância
É como se de alguma forma eu ouvisse sua canção ecoando
Um pouco mais macia a cada dia
E através do meu coração cansado, um pouco distante
Eu cantarei o dia todo sem interrupção
Apenas faça o possível para me ouvir
É tudo o que você pode fazer


VOCÊ TEM MINHA ATENÇÃO
Como você tem tido todo o tempo
Desde daquele primeiro dia que você fez meu coração sorrir
Com olhos amáveis e tristes suspiros
VOCÊ TEM MINHA ATENÇÃO
COMO UM GRITO ININTERRUPTO EM UM SANTUÁRIO VAZIO
Fale em um sussurro
Eu ouvirei um sermão.


Uma das músicas que eu mais gosto, de uma das bandas que eu mais gosto e que acabou
esta semana.

COPELAND ♥

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Tudo.

Tudo o que passa por aqui.
Toda vontade que eu tenho, sem repressão.
Tudo o que eu penso, sem censura.
O que eu quero tocar, mesmo não sabendo.
O que eu quero fazer, quando não faço tudo o que quero.
O que eu quero dizer, pra quem não quer me ouvir.
Tudo o que eu preciso provar a mim mesma.

(Tirando o "mesma" o fragmento foi escrito por Rodrigo Esteban Tavares)

Por me dizer tanto, o meu caro Tavares disse tudo o que eu precisava
dizer neste momento.

sábado, 11 de julho de 2009

"Enquanto não superarmos a ânsia do amor sem limites, não podemos crescer emocionalmente. Enquanto não atravessarmos a dor de nossa própria solidão, continuaremos a nos buscar em outras metades. Para viver a dois, antes, é necessário ser um".

Fernando Pessoa

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Protège moi

"C'est le malaise du moment
L'épidémie qui s'étend
La fête est finie on descend
Les pensées qui glacent la raison
Paupières baissées, visage gris
On ouvre le loquet de la grille
Du taudit qu'on appelle Maison

Protège-moi, protège-moi
Protège-moi de mes désirs

Sommes nous les jouets du destin
Souviens toi des moments divins
Planants, éclatés au matin
Et maintenant nous sommes tout seul
Perdus les rêves de s'aimer
Le temps où on avait rien fait
Il nous reste toute une vie pour pleurer
Et maintenant nous sommes tout seul"


(...)


quinta-feira, 2 de julho de 2009

Sob a mesma condição.

Os ombros suportam o mundo


Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco."


(...)

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.


(Carlos Drummond de Andrade)



E ele disse por mim, o estado que se estende até onde for possível suportar, o colapso destrutivo e lento.

"Fazer-me abstrata em teu mundo"Avulsa, alheia e entorpecida.
Perdida entre os medos...e irracionalmente lúcida. Lúcida?E então não me convém, Je veux oublier. Je besoin de.


*Lendo "O Estrangeiro" - Albert Camus
Me acometo em defini-lo até o presente momento: a constatação, o que obviamentenão se vê, surpreendentemente absurdo.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Cultivar.

Nem ao trigo, nem mesmo as sementes de girassóis, ainda que tu sejas o que ilumina o meu dia,
eu não precisei de muito para dar nome ao que sinto, confesso que eu me neguei, eu não me permiti, e de certo modo eu ainda não me permito, e até então eu temia, eu ainda temo.
Minhas mãos trépidas, o sangue que em minhas veias flúi não consegue aquecer o coração que pulsa incessantemente, sem notar a presença da razão, a desnorteante sensação de bem estar, de simplismente não querer se afastar e aproveitar cada instante como se fosse o próprio oxigênio, aquilo que me faz respirar. De tão perto, não dói. Faz com que eu esqueça do quão vazio e angustiante pode ser esperar pelo o que for, do tédio ao fúnebre. Mas, eu ainda estou aqui e
já não me lembro de mais nada, eu prefiro mesmo esquecer e me entregar ao novo, ao inacessível, ao impenetrável, eu não sei. Eu quis dizer tanto e tanto, mas eu não irei me acometer a tal ponto, descobri que não preciso evidenciar as coisas para que elas existam, ao menos dentro de mim. É tão mais fácil simplismente viver isso, sem ouvintes, sem testemunhas, sem rejeição de qualquer parte. Inexplicávelmente EU APRENDI A SENTIR! Permaneça enquanto puder, e se puder ser pra sempre eu serei feliz, só precisa existir,em cada minuto vivido eu me lembrarei de cada gesto, de cada palavra, de cada toque.


Eu tenho medo de mim, por não conhecer a face do desejo e por subentender o encantamento.
Por: Taís Mota

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Inconsistente.

Estragar as coisas com palavras, ceder ao impulso confuso e indecifrável?

Descrever; não conseguir submeter-se a este simples ato é admitir a vunerabilidade
na qual me encontro, não estão necessariamente co-relacionados, mas é a minha lógica neste instante. Não tem coerência alguma, e o que de fato tem? Como o alívio, uma sensação fugaz e inconstante, totalmente fora de controle. Nada ao meu redor se define absolutamente por existir, e eu queria dar um nome à isso, isso que denominamos de vida.
Entreter o vento, um gesto inconcebível que se assemelha à mim diante do mundo, nem a parte, tão pouco o todo. Alguns buscam diariamente razões para continuarem a sorrir, a viver, aos que não enxergam; ver, aos que não ouvem; escutar, aos que não podem proferir; falar.
E aos que sucumbem na própria escuridão? Por temer e se negar a acreditar, e então seria possível? A ansiedade, a insegurança, não se permitir. Até quando? Quando não se tem certeza de quase nada, às válvulas de escape são ativadas e você se torna um ser inanimado no piloto automático, sobrevivendo das migalhas do que é singular, do que é breve e ocasionalmente belo.
Até enquanto for possível suportar, que não me julguém tão forte assim, o desapontamento é inesperado e atroz, pungente. Eu preciso distinguir, eu preciso decifrar, eu vou em busca do que me liberta.

Por: Taís Mota

"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam
escutar a música." (Nietzsche)

"Nunca se é homem enquanto se não encontra alguma coisa pela qual se estaria disposto a morrer." (Jean- Paul Sartre)

sábado, 6 de junho de 2009

Isopor.

O vazio com toda a sua imensidão adentrou-me a alma, as sensações já não são como eram antes e os ruídos costumavam ser bem mais sutis uma vez que só consigo ouvir os meus pensamentos clamando em silêncio ao desconhecido. Os sentimentos se confundem e eu não tenho certeza do que faz sentido, ainda que eu saiba o que quero, infinitos sons ecoam na escuridão de minha mente buscando a razão que me trará de volta a lucidez, a insegurança que assola me desvia da direção traçada com tanta convicção, o que de perto faz bem? o que de longe corrói? E dói, o quanto dói eu nem sei dizer, convém traduzir com certa subjetividade a definição dos fatos.
A incessante agônia descreve em curtas frases a possível legenda do estado de um ser, que seja breve e momentâneo, que seja uma fase para que eu possa VIVER, esquecendo a condição de existência eu me entrego as cores e canções e me encanto com a alegria do seu sorriso, mesmo não o tendo.

Taís Mota.


"Nós ficaríamos bem se tivéssemos respostas para questões, rimas e razões para me permitirem ser todas as quatro estações" (I Love - Athlete)


"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros." (Clarice Lispector)

domingo, 31 de maio de 2009

"Polisenso"












Sinceramente há tempos não me deparo com algo tão inesperado e surpreendente, uma agradável surpresa. Talvez para quem não teve acesso as primeiras composições, ou melhor, as primeiras gravações do ForFun pode não compreender a dimensão dos contrastes, mas esta banda está bem distante daquela banda que expressava em seus refrões o universo adolescente e o seus porquês, é quase incompatível comparar o primeiro cd “ Das pistas de skate às pistas de dança”(2003) com a maturidade e a evolução musical adquirida a partir do segundo álbum “Teoria Dinâmica Gastativa” (2005) tendo como exemplos as faixas: “Hidropônica”, “Good Trip”, e “Viva La Revolucion”, seguido do “MTV ao Vivo: 5 Bandas de Rock”(2007) contendo as faixas: “Gruvi Quântico”, e “Sigo o Som”.
Tendo a sua liberdade de expressão censurada, a banda desvinculou-se da gravadora e retorna a cena independente brasileira relatando em suas letras as compreensões da história e da arte, as transformações políticas e sociais, criticando poeticamente as mazelas da sociedade, ressaltando a importância do meio ambiente, do planeta, cores e os cósmicos,as partes e o todo, a biodiversidade como fonte de inspiração como diz a música “Panorama”. Citações que vão de Elis Regina à Raul Seixas, de Sócrates à Einstein e de Monet à Novos Baianos.
Dentre as bandas nacionais, ForFun se destaca transmitindo mensagens essencialmente distintas e reflexivas acompanhadas da diversidade de gêneros musicais, o reggae, o dub, o ska, o hardcore e os sintetizadores que hipnotizam e entorpecem os ouvidos com tons e ritmos.
Inspirado pela natureza e seus elementos ou atuando politicamente no meio musical, o terceiro disco da banda confirma as inúmeras interpretações que ele pode vir a ter sendo intitulado como “Polisenso”.


Faixas totalmente recomendáveis: "Panorama","Cósmica", "Eremita Moderno", "Escala Latina", "Infinitas Possibilidades" e "Sol ou Chuva".


DOWNLOAD DO POLISENSO NO SITE:

▪ Site: http://forfun.art.br/

▪ Fotolog: http://fotolog.com/forfun

▪ Myspace: http://myspace.com/forfunoficial

▪ Youtube: http://youtube.com/user/forfunoficial

▪ Flickr: http://flickr.com/forfunfotos

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Necessidade.

Uma menina se vê refém de uma necessidade: registrar idéias e ideais, relatar e expor fatos, sonhos, pensamentos ou distrações, sobre tudo e sobre o nada, inevitavelmente inspirando e respirando ARTE, música, fotografia,cinema,teatro,pintura e tudo que advém de uma expressão, da exposição de um sentimento, uma sensação, uma vontade.


São cores e canções.

Seja bem-vinda menina!